Arquétipos de Jung: Potencializando Marcas e Empresas
- Karolina Detoni
- 18 de out. de 2023
- 6 min de leitura
Atualizado: 24 de out. de 2023
No vasto panorama da psicologia, Carl Gustav Jung introduziu o conceito de arquétipos, padrões universais e atemporais que habitam o inconsciente coletivo da humanidade. Ao se aprofundar nesses arquétipos, percebemos não apenas uma janela para a compreensão da psique humana, mas também um recurso poderoso para a construção e fortalecimento de marcas e empresas.
Cada um dos doze arquétipos - Fora da Lei, Herói/Heroína, Governante, Inocente, Mágico, Artista, Bobo da Corte, Sábio(a), Explorador(a), Homem comum, Amante, Prestativo - detém um conjunto distinto de traços e motivações que ressoam profundamente com a essência humana.
Importante: Deixo aqui explícito que, em minha própria denominação dos arquétipos ressignifiquei os nomes, e apenas eles, para, na mesma ordem: Rebelde, Herói/Heroína, Governante, Inocente, Mago(a), Criador(a), Performático(a), Sábio(a), Explorador(a), Cidadão(a), Amante e Cuidador(a), para atender melhor ás necessidades do público e não inserir um rótulo tão forte como "bobo da corte" em alguém que apenas gosta de ser diferente, possui inconscientemente a comédia como seu marco principal - sendo ou não proposital. Acontecimentos pessoais, me mostraram aos poucos como essas denominações podem ser cruéis, até mesmo a do "Cara comum" na qual, a pessoa pode se sentir não vista, como se não tivesse suas próprias características.
Ao longo deste artigo, mergulharemos nas águas profundas de cada arquétipo, explorando como marcas renomadas já se apropriaram de sua energia arquetípica para criar narrativas cativantes e impactantes. Além disso, discutiremos os benefícios tangíveis de abraçar os arquétipos, desde a coesão da mensagem até a diferenciação no mercado. Compreender e incorporar esses arquétipos na estratégia de marca transcende a mera publicidade; é uma jornada de autodescoberta e conexão emocional.
Preparando-se para uma jornada de introspecção e inovação, desvendaremos o poder latente nos arquétipos de Jung e como eles podem ser a chave para elevar marcas além do ordinário, transformando-as em narrativas arquetípicas de poder.

Sobre cada Arquétipo:
Inocente Lema: Livre para ser você e eu Desejo principal: Chegar ao paraíso Objetivo: ser feliz Estratégia: Fazer as coisas certas Talento: Fé e otimismo
Cidadão (a) Lema: Todos os homens e mulheres são iguais Desejo central: Ligação com os outros Objetivo: Fazer parte Estratégia: Desenvolver sólidas virtudes comuns, seja para a Terra ou o contato comum Talento: O realismo, a empatia, a falta de pretensão
Explorador Lema: Não me cerque Desejo central: A liberdade de descobrir quem é através da exploração do mundo Objetivo: A experiência de um mundo melhor, mais autêntico, mais gratificante na vida Estratégia: Viajar, procurar e experimentar coisas novas, fugir do tédio Talento: Autonomia, ambição, ser fiel a sua alma
Amante Lema: Você é único Desejo central: Intimidade e experiência Objetivo: Estar em um relacionamento com as pessoas no trabalho e no ambiente que eles amam Estratégia: Tornar-se cada vez mais atraente fisicamente e emocionalmente Talento: Paixão, gratidão, valorização e compromisso
Sábio (a) Lema: A verdade vos libertará Desejo central: Encontrar a verdade Objetivo: Usar a inteligência e a análise para compreender o mundo Estratégia: Buscar informação e conhecimento, auto reflexão e compreensão dos processos de pensamento Talento: Sabedoria, inteligência
Performático (a) Lema: Só se vive uma vez Desejo central: Viver para o momento com pleno gozo Objetivo: Ter um grande momento e iluminar o mundo Estratégia: Jogar, fazer piadas, ser engraçado Talento: Alegria
Herói/ Heroína Lema: Onde há uma vontade, há um caminho Desejo central: Provar o valor para alguém através de atos corajosos Objetivo: Especialista em domínio de um modo que melhore o mundo Estratégia: Ser tão forte e competente quanto possível Talento: Competência e coragem
Cuidador (a) Lema: Ame o seu próximo como a si mesmo Desejo central: Proteger e cuidar dos outros Objetivo: Ajudar os outros Estratégia: Fazer coisas para os outros Talento: Compaixão e generosidade
Rebelde Lema: As regras são feitas para serem quebradas Desejo central: Vingança ou revolução Objetivo: Derrubar o que não está funcionando Estratégia: Interromper, destruir ou chocar Talento: Ousadia, liberdade radical
Criador (a) Lema: Se você pode imaginar algo, isso pode ser feito Desejo central: Criar coisas de valor duradouro Objetivo: Realizar uma visão Estratégia: Desenvolver a habilidade e o controle artístico Tarefa: Criar cultura, expressar a própria visão Talento: Criatividade e imaginação
Mago (a) Lema: Eu faço as coisas acontecerem. Desejo central: Compreensão das leis fundamentais do universo Objetivo: Realizar sonhos Estratégia: Desenvolver uma visão e viver por ela Talento: Encontrar soluções ganha-ganha
Governante Lema: O poder não é qualquer coisa, é a única coisa Desejo central: Controle e poder Objetivo: Criar uma família ou uma comunidade bem sucedida e próspera Estratégia: Exercer o poder Talento: Responsabilidade, liderança Detalhe: Caso você tenha interesse em saber mais sobre cada arquétipo, indico esse post aqui do meu blog para dar uma olhada: Arquétipos de Jung. Bem completinho, explica sobre Jung e detalhadamente sobre cada arquétipo + exemplos de marcas.
Como são úteis para as marcas:
A construção da identidade de uma marca é um exercício de comunicação profunda, destinado a criar uma conexão duradoura com o público-alvo. Os arquétipos de Jung fornecem um alicerce valioso nesse processo, pois representam padrões universais que ressoam na experiência humana coletiva.
Ao escolher um arquétipo, a marca está efetivamente definindo sua personalidade. Por exemplo, ao adotar o arquétipo do "Herói", a marca se posiciona como uma força determinada e motivadora, orientada para superar desafios. Isso cria uma base sólida para construir a narrativa da marca.
Cada arquétipo traz consigo um conjunto de valores e motivações intrínsecas. Um arquétipo de "Cuidador", por exemplo, pode representar empatia, responsabilidade e cuidado pela comunidade. Ao abraçar esse arquétipo, a marca está definindo seus próprios valores e missão de forma tangível. A escolha do arquétipo influencia a linguagem e o tom utilizados pela marca em sua comunicação. Uma marca que adota o arquétipo do "Sábio" pode optar por uma abordagem mais ponderada e instrutiva, enquanto uma marca com o arquétipo do "Rebelde" pode adotar uma voz mais desafiadora e provocativa.
Os arquétipos oferecem uma estrutura que permeia todos os aspectos da marca, desde o design do logotipo até as campanhas publicitárias e a experiência do cliente. Isso resulta em uma experiência coesa e unificada para os consumidores, reforçando a identidade da marca de forma eficaz. Os arquétipos têm o poder de evocar emoções profundas nos consumidores. Ao escolher um arquétipo que ressoa com a audiência-alvo, a marca pode estabelecer uma conexão emocional significativa. Por exemplo, um arquétipo de "Amante" pode despertar sentimentos de paixão e intimidade. A maioria das marcas compartilha características básicas de produtos ou serviços, mas é a identidade arquetípica que as distingue verdadeiramente. Ao adotar um arquétipo que se alinha com sua missão e valores, a marca se destaca em um mercado saturado, criando um espaço único na mente dos consumidores.

No universo da construção de marcas, a escolha do arquétipo é um ponto de inflexão fundamental. Este não é apenas um exercício simbólico, mas uma decisão estratégica que permeia cada aspecto da marca, desde a comunicação até a experiência do cliente. A verdadeira essência da marca reside na seleção de um arquétipo que ressoe com os valores e objetivos da empresa.
A escolha do arquétipo serve como um reflexo tangível dos valores centrais da empresa. Se uma organização preconiza a inovação e a quebra de fronteiras, o arquétipo do "Rebelde" pode ser uma escolha apropriada. Isso não apenas comunica os valores, mas também reforça sua integridade. Cada arquétipo traz consigo uma série de motivações inerentes. Um arquétipo de "Herói", por exemplo, está focado em superar desafios e atingir metas. Ao adotar este arquétipo, a empresa está sinalizando seu compromisso com a excelência e a busca de objetivos ambiciosos. A autenticidade é um dos pilares mais valiosos na construção de marcas duradouras. Ao escolher um arquétipo alinhado com os valores da empresa, a narrativa que emerge é genuína e ressonante. Isso resulta em uma mensagem clara e coerente que ressoa autenticidade junto aos consumidores.
A escolha de um arquétipo alinhado com os valores da empresa cria uma base para uma conexão emocional mais profunda com o público-alvo. Os consumidores são naturalmente atraídos por marcas que compartilham suas crenças e valores, resultando em uma lealdade mais forte e duradoura. A missão de uma empresa é sua bússola norteadora, e o arquétipo escolhido atua como um veículo para expressar e avançar nessa missão. Por exemplo, uma organização comprometida com a responsabilidade social pode encontrar no arquétipo do "Cuidador" uma expressão fiel de sua dedicação à comunidade e ao bem-estar.
Ao alinhar o arquétipo com os valores e objetivos, a empresa se distingue em um mercado saturado. Esta escolha não apenas ajuda a destacar a marca, mas também a solidificar sua posição como uma entidade única e autêntica.
Em última análise, a escolha do arquétipo é uma declaração de intenção e um compromisso com uma narrativa coesa e autêntica. É o elo vital entre a alma da empresa e a percepção dos consumidores. Portanto, ao escolher um arquétipo alinhado com os valores e objetivos da empresa, estamos pavimentando o caminho para uma jornada de marca autêntica, ressonante e duradoura.
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