Carl Jung e os 12 Arquétipos
- Karolina Detoni
- 24 de out. de 2023
- 6 min de leitura
A vida acontece num equilíbrio entre a alegria e a dor.
(Carl Gustav Jung)
A definição do termo “arquétipo” tem suas origens na Grécia antiga e pode ser dividida em dois termos. O primeiro termo ARCHEIN ou ARCHÉ, que significa “principal ou princípio” e TYPOS ou TIPÓS, que significa “impressão, marca, padrão, modelo, tipo ou paradigma”. O significado combinado dessa palavra é “PRINCÍPIO ORIGINAL”. Deste modo, podemos dizer que ARQUÉTIPO se refere à antigas impressões copiadas, modeladas ou emuladas sobre determinadas coisas, pessoas e objetos. São padrões universais e se manifestam como experiências subjetivas.

O psicólogo suíço Carl Gustav Jung, por volta de 1919, usou o conceito de ARQUÉTIPO em sua teoria da psiquê humana. Acreditava que os arquétipos residiam nas estruturas inatas das pessoas, no inconsciente coletivo e serviam como protótipos para a expressão e desenvolvimento da psiquê humana e representavam motivos humanos fundamentais de nossa experiência evocando emoções profundas. Por exemplo, a ideia básica sobre “fora da lei”, “herói”, “morte”, “grande mãe”, “velho sábio”, as pessoas possuem no imaginário desde crianças, independente de onde fomos criados, em que país vivemos, qual a religião e crenças que compartilhamos, essas imagens são sempre muito parecidas para todos nós.
Não há despertar de consciência sem dor.
As pessoas farão de tudo, chegando aos limites do absurdo,
para enfrentar a sua própria alma.
Ninguém se torna iluminado por imaginar figuras de luz,
mas sim por tornar consciente a escuridão.
(Carl Gustav Jung)

Jung definiu os doze tipos primários de arquétipos que simbolizam as motivações humanas básicas, embora existam muitos tipos diferentes de arquétipos. Cada tipo possui seu próprio conjunto de significados, valores e traços de personalidade. Segundo ele, os arquétipos são resultado de milhares de vivências de diferentes gerações de seres humanos, que vão se acumulando e formando o inconsciente coletivo. Um exemplo seria a imagem materna: todas as pessoas têm uma mãe e podem formar uma imagem própria sobre esse papel, mas há semelhanças sobre a mãe na percepção coletiva. O que o psiquiatra suíço defende com esse conceito é a existência de ideias anteriores às experiências do próprio indivíduo. Isso explica a existência de temas idênticos em mitos e religiões entre grupos sociais de diferentes lugares e épocas e que não tiveram nenhum contato.
Para Jung a mente é um produto da história: além das heranças biológicas, possuímos heranças psicológicas que influenciam nossos comportamentos e nossas experiências. Outro exemplo de imagem que se repete desde os primórdios da vida humana é a existência de um ser divino a quem se recorre em situações difíceis e desconhecidas. Ele acreditava que compreender essas estruturas era importante para o autoconhecimento. Os principais arquétipos estudados por ele foram:
Persona: como os indivíduos se apresentam para a sociedade, o papel que a pessoa assume quando está em público.
Sombra: todos os aspectos da nossa personalidade que não conhecemos, sejam virtudes ou defeitos.
Anima: são os aspectos femininos de um homem. Segundo Jung, todos os homens têm uma minoria de genes femininos e, portanto, tem características psicológicas desse gênero.
Animus: são as características masculinas que se manifestam na mulher. Para Jung, as mulheres também têm uma minoria de genes masculinos que compõem sua personalidade.
Self: leva à busca pela individuação, que, segundo Jung, diz respeito à busca pelo autoconhecimento, pela espiritualidade e pela compreensão do sentido da vida e da morte.
Os doze tipos diferentes são divididos em três conjuntos: Ego (eu), Soul (alma) e Self (eu próprio) e cada conjunto possui quatro arquétipos. Os tipos de cada conjunto compartilham uma fonte de condução comum, por exemplo, tipos do conjunto EGO cumprem objetivos centrados no ego. A maioria das pessoas possuem vários arquétipos em jogo na construção de sua personalidade, no entanto, um arquétipo tende a dominar a personalidade em geral.
OS TIPOS “EGO” (eu) – Herói, Inocente, Cara comum, Prestativo.
OS TIPOS “SOUL” (alma) – Fora da lei, Criador, Aventureiro, Amante.
OS TIPOS “SELF” (eu próprio) – Soberano, Mágico, Bobo da corte, Sábio.
Importante: Deixo aqui explícito que, em minha própria denominação dos arquétipos ressignifiquei os nomes, e apenas eles, de, nessa mesma ordem: Fora da lei, Herói, Soberano, Inocente, Mágico, Criador, Bobo da corte, Sábio, Aventureiro, Cara comum, Amante e Prestativo...
Para: Rebelde, Herói/Heroína, Governante, Inocente, Mago(a), Criador(a), Performático(a), Sábio(a), Explorador(a), Cidadão(a), Amante e Cuidador(a), pensando em atender melhor as necessidades do público e não inserir um rótulo tão forte como "bobo da corte" em alguém que apenas gosta de ser diferente, possui inconscientemente a comédia como seu marco principal - sendo ou não proposital. Acontecimentos pessoais, me mostraram aos poucos como essas denominações podem ser cruéis, até mesmo a do "Cara comum" na qual, a pessoa pode se sentir não vista, como se não tivesse suas próprias características.
Mas a parte boa é que, para utilizar os arquétipos, você não precisa decorar tudo isso, muito menos saber sobre Animus, Anima, qual o tipo de cada arquétipo e/ou suas qualidades e fraquezas.. Usar um arquétipo como parte da estratégia de marca é uma abordagem poderosa para comunicar a personalidade e os valores de uma empresa de maneira coesa e impactante. Com um acompanhamento de um mentor e/ou designer gráfico (Eu, por exemplo), há várias etapas essenciais em que, juntos, conseguimos definir seu arquétipo com sucesso, por exemplo: Identificação de Valores e Personalidade: Analisamos a marca existente para identificar os valores fundamentais e a personalidade que já estão presentes. Isso ajuda a determinar se há uma correspondência com o arquétipo escolhido ou se ajustes são necessários.
Alinhamento Estratégico: Escolhemos um arquétipo que esteja alinhado com a missão, visão e valores da empresa. Certificando de que ele ressoe com o público-alvo, sem causar ruído.
Consistência na Comunicação: O tom de voz da marca deve refletir o arquétipo escolhido. Por exemplo, se a marca é associada ao arquétipo do Herói, a comunicação deve ser motivadora, encorajadora e orientada para a ação.
Narrativas e Histórias: Podem ser desenvolvidas narrativas e histórias que se alinhem com o arquétipo escolhido. Isso ajuda a solidificar a identidade da marca na mente dos consumidores.
Elementos Visuais Coerentes: O design gráfico, as cores, a tipografia e os elementos visuais são criadas de forma que estejam sempre em sintonia com o arquétipo. Por exemplo, uma marca associada ao arquétipo do Sábio pode optar por uma paleta de cores sóbria e um design limpo e minimalista.
Consistência Multiplataforma: Garantimos com a Identidade Visual que o arquétipo e a mensagem associada sejam refletidos de maneira consistente em todos os pontos de contato com os clientes, incluindo site, mídias sociais, materiais impressos, etc.
Assim, você como cliente precisa apenas conhecer os nomes básicos e (se quiser) suas breves características abaixo:

A partir do conceito de Jung, desenvolveu-se uma classificação com 12 arquétipos que simbolizam algumas motivações básicas dos seres humanos, como comentei acima. Um indivíduo pode manifestar diversos arquétipos em sua personalidade, mas geralmente um deles é predominante. Os psicólogos costumam usar esses padrões para estudar as personalidades e desenvolver as potencialidades dos indivíduos.
Sábio (a): pessoa que busca o conhecimento e pratica a autorreflexão. Ela analisa as situações e age com sabedoria e inteligência.
Mago (a): acredita que o mundo pode ser diferente, crê na transformação e na revolução, age no sentido de renovar as relações.
Explorador (a): gosta de liberdade para agir e descobrir o mundo. Busca por experiências novas e foge das situações rotineiras.
Criador (a): é o arquétipo do artista, do inventor. Essa pessoa dá vida à imaginação e às coisas que ainda não existem.
Herói/Heroína: arquétipo presente em filmes e lendas, o herói é o guerreiro e destemido. Luta para proteger os seus e não teme os perigos.
Rebelde: pensa de maneiras diferentes, foge dos padrões. Acredita que as regras podem ser quebradas.
Amante: dá grande importância para as relações. É sensível e se sente feliz ao amar e ser amado.
Performático (a): é alegre e gosta de se divertir, de aproveitar a vida e fazer piadas. Também conhecido como louco, é autêntico e não tem vergonha de rir de si mesmo.
Cuidador: gosta de cuidar dos outros e faz o possível para que todos estejam bem. Costuma ser muito prestativo e ajudar quem precisa.
Cidadão (a): age em conformidade com o que a sociedade espera. É bom para quem o rodeia, mas pode perder sua individualidade.
Inocente: sabe enxergar os aspectos positivos em todas as situações. É espontâneo, mas pode ser ingênuo às vezes.
Governante: é o arquétipo do líder. Tem autoridade e sabe se impor, mas pode se tornar autoritário para fazer valer a sua vontade.
Se quiser saber mais sobre as características cada arquétipo, recomendo essa página aqui do site: Aquétipos. Explore também nossos outros posts do blog, podem te dar um direcionamento maior caso esja em busca de maior conehcimento da área.
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